Em virtude das chuvas intensas que atingem diversas cidades do Estado, o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) tem se preparado para aumentar a capacidade de realização de exames de leptospirose, doença infecciosa transmitida ao homem pela urina de roedores. Em casos de enchentes, essa transmissão pode ocorrer quando a água contaminada entra em contato com a pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento.
De acordo com o coordenador-geral do Lacen/ES, Rodrigo Ribeiro Rodrigues, o diagnóstico de leptospirose é feito rotineiramente no laboratório e, caso a demanda aumente, o laboratório já tem o plano de contingência.
“Trabalhamos rotineiramente com o diagnóstico da leptospirose, com exames sendo feitos uma vez por semana. O processo leva até quatro horas para ficar pronto. Caso haja o aumento no número de exames solicitados devido às enchentes que aconteceram no Estado, o Lacen/ES possui um plano de contingência pronto para escalonar as análises para que as mesmas possam ser realizadas mais vezes por semana ou até mesmo diariamente conforme demanda, como fizemos no surto de sarampo”, explicou o coordenador-geral.
Ainda segundo Rodrigo Ribeiro Rodrigues, em caso de análise com resultado positivo, a amostra é encaminhada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para confirmação por meio de um teste de aglutinação microscópica, o MAT.
Além disso, recentemente o Lacen/ES instituiu o Grupo de Resposta Rápida (GRR), por meio da Portaria Nº008-R, com o objetivo de atender de forma rápida e eficiente às possíveis e eventuais demandas emergenciais e/ou excepcionais. “O GRR foi concebido para atuar em situações onde o diagnóstico de agravos necessita ser realizado em tempo oportuno e de forma eficaz. O plano de contingência leva em conta essa capacidade operacional instalada, comprovando a integração da Vigilância em Saúde no enfrentamento a situações inusitadas e adversas oriundas de desastres naturais, como observado no caso das enchentes”, disse.
Leptospirose
É uma doença causada por uma bactéria presente na urina do rato que normalmente se espalha pela água suja de enchentes e esgotos. O principal transmissor é o rato. No entanto, outros animais contaminados, como cães por exemplo, podem transmitir a doença da mesma forma.
A Secretaria da Saúde (Sesa) alerta que a população deve ficar atenta e procurar atendimento médico se sintomas como febre; dor muscular, principalmente nas panturrilhas; dor de cabeça; amarelão nos olhos e um quadro de conjuntivite sem secreção surgirem no período de 7 a 14 dias após o contato com água de chuva.
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