Campanha Mobilidade
Campanha Mobilidade

Última Hora

Novos casos confirmados reforçam suspeita de que surto no Hospital Santa Rita foi causado por fungo

Novos casos confirmados reforçam suspeita de que surto no Hospital Santa Rita foi causado por fungo

Exames feitos pela Fiocruz apresentaram resultado positivo para histoplasmose em nove pacientes. Doença é causada por fungo presente nas fezes de aves (Foto: Thiago Soares/Folha Vitória)

Em coletiva de imprensa, realizada nesta segunda-feira (03), em Vitória, a Secretaria da Saúde (Sesa) apresentou as hipóteses para a ocorrência do surto intra-hospitalar registrado no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória. A Secretaria trabalha com a possibilidade de infecção pela bactéria Burkholderia cepacia ou pelo fungo Histoplasma sp. A coletiva aconteceu no auditório da Sesa, na Enseada do Suá.

A coletiva de imprensa foi acompanhada pelo secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann; pelo subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso; pela coordenadora de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Rita, infectologista Carolina Salume; e por videochamada, o diretor do Lacen/ES, Rodrigo Ribeiro Rodrigues.

De acordo com o secretário Tyago Hoffmann, a equipe chegou às hipóteses após trabalho de investigação de amostras biológicas e ambientais. “Rodamos vários testes no Laboratório Central do Estado, o Lacen/ES, oriundas de amostras de pessoas contaminadas no surto, para identificar DNA e RNA de possíveis agentes, mas não foram encontrados rastros de quaisquer patógenos. Encaminhamos 11 amostras de funcionários do hospital para testes na Fiocruz e lá foi encontrada uma amostra reativa para o fungo Histoplasma sp. Fora isso, nas investigações de materiais ambientais, foi achada em uma amostra de água de um dos bebedouros a bactéria Burkholderia cepacia”, explicou o secretário.

Segundo Hoffmann, em virtude da característica clínica dos pacientes acometidos, a investigação, ainda não conclusiva, caminha para o fechamento do diagnóstico por fungo. “Faz sentido (fungo) nessa investigação por conta dos sintomas do quadro clínico dos pacientes e por não haver transmissão entre pessoas. O fungo se encaixa nessa investigação. Em relação à bactéria, normalmente ela causa quadros mais agravados do que foi visto até agora. Além do mais, não foi encontrada em nenhum teste em pacientes”, ressaltou.

O secretário de Saúde destacou, entretanto, que a investigação não está fechada, e segue acontecendo. “O que fizemos agora em relação ao fungo foi chamar novamente as pessoas contaminadas, colher o sangue novamente, pois nesse período esses pacientes devem ter desenvolvido anticorpos. E encaminhamos para testes. A expectativa é que consigamos fechar um diagnóstico”, disse.

Os próximos passos de trabalho de investigação pela Sesa, como explicado pelo secretário Hoffmann, será a ampliação de testagens de casos suspeitos, dentro da janela de cultura ideal, sendo encaminhadas para exames sorológicos, além de ter exames de cultura em andamento do fungo. Em relação à bactéria, é a coleta de mais pontos de água e estendendo o prazo de incubação das hemoculturas, na tentativa de encontrar um caso humano. A coleta de novas amostras aconteceu neste último final de semana, em funcionários do Hospital que apresentaram sintomas e encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ao final da coletiva, o secretário divulgou que faria uma visita, ainda nesta segunda-feira (03), ao Hospital Santa Rita, junto com a equipe técnica da vigilância e da unidade, a fim de demonstrar à população que às demais áreas do hospital estão sem risco de contaminações. “Estamos preocupados com a quantidade de pacientes que estão deixando de fazer seus tratamentos oncológicos a tempo, por isso vamos fazer uma visita, demonstrando, enquanto Sesa, que temos segurança que as demais áreas estão sem risco”, garantiu Hoffman.

 

Apresentação da investigação laboratorial

Durante a coletiva, o diretor do Lacen/ES, Rodrigo Ribeiro Rodrigues, fez a apresentação explicando os resultados da investigação laboratorial até o momento. Ele informou que a investigação foi feita a partir de eixos de hipóteses, sendo um não infeccioso, representado por agentes físico/químico e o eixo infeccioso dividido em sub-eixos, como virais, fúngicas, bacterianas e micobacterianas.

“Trata-se de uma investigação muito complexa porque envolve uma quantidade grande de casos suspeitos e uma janela temporal extensa, o que faz com que várias amostras tenham que ser testadas utilizando diferentes metodologias, desde exames diretos, cultivos, técnicas mais complexas como sequenciamento na tentativa de identificar se o surto de síndrome respiratória era provocado por vírus, fungos, bactérias ou micobactérias”, relatou o diretor do Lacen/ES.

Entre os achados, em uma amostra sorológica foi reativa para o fungo Histoplasma sp, isto é, um paciente desenvolveu resposta imune ao agente infeccioso, e em uma amostra ambiental foi positiva para a bactéria Burkholderia cepacia, encontrada na água de um bebedouro específico.

“A amostra sorológica positiva mostra que essa pessoa teve contato com respectivo agente infeccioso e desenvolveu uma resposta imune. Já em relação à amostra de água, apenas foi encontrada em um bebedouro, não há paciente positivo para ela, nem outro exame que detectasse a presença dessa bactéria nos casos suspeitos”, pontuou Rodrigues.

De acordo com o diretor, após a investigação, a Sesa trabalha agora com duas linhas de investigação, a bacteriana e fúngica. “O fungo é mais plausível, pois foi uma amostra obtida de paciente, e a clínica dele é compatível com Histoplasma. Quanto à bactéria, colocamos como possibilidade, mas não realidade, pois não há amostras positivas de pacientes, e nenhum dos outros pontos de água foram positivos para essa bactéria”.

Arquivos:

Apresentação da investigação pode ser vista neste link

Fotos, baixar no link provisório: https://www.transfernow.net/dl/20251103fcA7RYad

ENTRE EM CONTATO

Águia Branca/ES

(27) 9.99871599

onoticiarioab@gmail.com

Redes Sociais
Águia Branca Vip